domingo, 5 de maio de 2013

Hora Espinhosa

Avó:

Há um ano,

por esta hora espinhosa

Os ponteiros ressoavam

marcados, tortuosos!

Os hiperbólicos segundos

ecoavam por toda a casa

(onde já não voltarias)

A sentença da tua ausência..

pairava num ar carregado,

a ansiedade dilacerava-me...

Era uma questão de espera,

não de esperança,

essa morreu primeiro!

Era ténue o fio que nos ligava…

Já nos tínhamos despedido

(embora não o aceitasse, sabia-o)

O velho relógio da sala nunca parou…

e três dolorosas badaladas

ditaram a tua partida

A ruidosa tríade...

ainda brame no meu peito

Estremeço!

Puseste o “casaquinho pelas costas”

Foste embora!

Ainda não consigo recordar-te,

sem que a minha alma sangre…

Hei-de ser capaz!

(Como dirias: "Desculpa qualquer coisinha"!)

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